O Noroeste de Minas já foi palco de duas Romarias da
Terra.
Antes da 1ª Romaria estadual
da Terra e das Águas de Minas Gerais, que aconteceu em 26 de outubro de 1996 na
cidade de Manga no Norte de Minas, aconteceram duas Romarias da Terra regionais
no noroeste mineiro. A 1ª Romaria da Terra do Noroeste ocorreu no dia 25 de
julho de 1991 na Igrejinha, distrito de Arinos, no meio de um grande conflito
de terra na Fazenda Menino – que já serviu no passado de esconderijo aos
líderes de esquerda fugindo da perseguição dos tiranos da ditadura militar como
Brizola, Oscar Niemayer e outros. Centenas de romeiras e romeiros seguiram a pé
12 quilômetros, sob sol escaldante, em caminhada da Igrejinha até a Fazenda
Menino, onde o fazendeiro José Alfredo mandou seu jagunço Milton matar os
irmãos posseiros Januário e José Natal. O jagunço Milton foi condenado a 22
anos e 6 meses de prisão.
A 1ª Romaria da Terra em Arinos foi o ponto de partida para a luta dos movimentos sociais no Noroeste de Minas. A fazenda Menino, que era área de conflito agrária, é hoje um assentamento com mais de quinhentas famílias de camponeses nos Caminhos do Sertão de Guimarães Rosa e esta Romaria mostrou aos fazendeiros que matar posseiros, matar trabalhador rural para tomar suas terras já não era mais tão simples e a maioria da população aderiu à Romaria e quem não aderiu, tremeu.
A 1ª Romaria da Terra em Arinos foi o ponto de partida para a luta dos movimentos sociais no Noroeste de Minas. A fazenda Menino, que era área de conflito agrária, é hoje um assentamento com mais de quinhentas famílias de camponeses nos Caminhos do Sertão de Guimarães Rosa e esta Romaria mostrou aos fazendeiros que matar posseiros, matar trabalhador rural para tomar suas terras já não era mais tão simples e a maioria da população aderiu à Romaria e quem não aderiu, tremeu.
A 2ª Romaria da Terra do
Noroeste de Minas aconteceu na cidade de Arinos em 25 de julho de 1993 com
aproximadamente 5.000 romeiros e romeiras.
Embora a Romaria contasse com o apoio do prefeito Tonhão, os
fazendeiros, com o poder do coronel Jarbas, “levaram” para o município de
Arinos mais de 250 policiais para prender os caminhões e tentar proibir a
entrada dos romeiros na cidade de Arinos, os quais tiveram que seguir à pé por
até 20 quilômetros. Revistaram todas as bolsas das mulheres, jovens e pessoas
idosas. Depois desta Romaria, todas as grandes fazendas se tornaram
assentamentos. O município de Arinos tem hoje 27 assentamentos de reforma
agrária.
Todas as Romarias têm, no
geral, os mesmos problemas e reações e tem como missão ouvir o clamor das
terras e das águas como princípio e sustentabilidade da vida. Na misericórdia
dinâmica do Papa Francisco, com a autorização do Bispo Dom Jorge, a Diocese de
Paracatu, Cáritas, CPT e outros movimentos sociais, sindicais e eclesiais
acolhem a XX Romaria das Águas e da Terra de Minas Gerais que será realizada no
Noroeste de Minas, na Diocese de Paracatu, e terá sua celebração final na
cidade de Unaí no dia 23 de julho de 2.017. Na última semana haverá missões de
preparação nos 14 municípios da Diocese de Paracatu, como forma democrática de
participação, divulgação, celebração e denúncia junto aos povos do campo e da
cidade que lutam por justiça e fraternidade. Sobre a História da 1ª e 2ª Romaria
da Terra em Arinos, assista aos vídeos entrevistas que frei Gilvander gravou
com Manoel Delci, Joel Rodrigues e Padre Hilton Rodrigues Santana.
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